Bahia Pra Você

Facebook sofre mais pressão após nova denúncia

O Facebook enfrenta uma pressão cada vez maior. Uma nova denúncia, nesta sexta-feira (22), acusou a plataforma de hospedar intencionalmente discurso de ódio e atividades ilegais, mesmo com o vazamento de documentos lançando mais luz sobre como a empresa deixou de atender às preocupações internas sobre desinformação eleitoral.

As alegações do ex-funcionário, que falou ao Washington Post, teriam sido contidas em uma denúncia à Securities and Exchange Commission, a agência americana que trata da regulamentação para proteger os investidores em empresas de capital aberto.

O novo denunciante detalhou como os funcionários do Facebook frequentemente se recusavam a aplicar as regras de segurança por medo de irritar Donald Trump e seus aliados. Em um suposto incidente, Tucker Bounds, um oficial de comunicações do Facebook, descartou as preocupações sobre o papel da plataforma na manipulação das eleições de 2016.

“Será um flash na panela”, disse Bounds, de acordo com o depoimento, conforme relatado pelo Post. “Alguns legisladores vão ficar irritados. E então, em algumas semanas, eles passarão para outra coisa. Enquanto isso, estamos imprimindo dinheiro no porão e estamos bem”.

As alegações ecoam as da denunciante Frances Haugen, uma ex-gerente de produto do Facebook que disse que a empresa prioriza repetidamente o lucro em vez da segurança pública. O recente testemunho contundente de Haugen perante o Congresso dos EUA, e o próximo testemunho perante o parlamento do Reino Unido, gerou uma grande crise de relações públicas para a rede social, que se diz estar preparando planos para uma reformulação da marca.

ANÚNCIO
Anúncios

A denúncia veio no mesmo dia em que meios de comunicação, incluindo o New York Times, o Washington Post e a NBC, publicaram relatórios baseados em documentos internos compartilhados por Haugen. Os documentos oferecem uma visão mais aprofundada da disseminação de teorias de desinformação e conspiração na plataforma, particularmente relacionadas à eleição presidencial de 2020 nos Estados Unidos.

Os documentos mostram que os funcionários do Facebook repetidamente sinalizaram preocupações antes e depois da eleição, quando Donald Trump tentou anular falsamente a vitória de Joe Biden. De acordo com o New York Times, um cientista de dados da empresa disse a colegas de trabalho uma semana após a eleição, que 10% de todas as opiniões dos EUA sobre conteúdo político eram postagens que alegavam falsamente que o voto era fraudulento. Mas, à medida que os trabalhadores sinalizavam essas questões e instavam a empresa a agir, a empresa falhou em resolver os problemas, relatou o Times.

Os documentos internos também mostram que os pesquisadores do Facebook descobriram que as ferramentas de recomendação da plataforma empurraram repetidamente os usuários para grupos extremistas, gerando avisos internos que alguns gerentes e executivos ignoraram, informou a NBC News.

Em um estudo, um pesquisador do Facebook criou um perfil falso para “Carol Smith”, usuária conservadora cujos interesses incluíam Fox News e Donald Trump. O experimento mostrou que, em dois dias, o algorítmo do Facebook estava recomendando “Carol” a ingressar em grupos dedicados ao QAnon, uma teoria de conspiração sem base na Internet.

ANÚNCIO
Anúncios
Sair da versão mobile