O navio porta-contêineres “Ever Given”, de 400 metros de comprimento, permanece encalhado no Canal de Suez, uma das principais vias de navegação do mundo, mas uma maré alta prevista para a tarde deste domingo pode facilitar os trabalhos de retirada do cargueiro. O número de navios esperando para entrar no Canal de Suez está aumentando à medida que a hidrovia permanece bloqueada, e o engarrafamento já chega a mais de 400 embarcações.
Novas operações estavam sendo preparadas para tentar retirar o grande navio de seu bloqueio: o “Ever Given” está retido na diagonal nesta via navegável de 300 metros de largura, o que tem consequências consideráveis para o comércio marítimo. Mais dois rebocadores estavsam se dirigindo neste domingo até o Canal de Suez para ajudar nos esforços para libertar o Ever Given.
Estimativas dão conta de que o engarrafamento de navios na região já cause prejuízos da ordem de US$ 9,6 bilhões (mais de R$ 53 bilhões) — o equivalente a US$ 400 milhões por hora –, em mercadorias por dia. Isso de acordo com cálculos da Lloyd’s List, que sugere que o tráfego no sentido Ocicdente equivale a cerca de US$ 5,1 bilhões por dia, e o tráfego no sentido Oriente movimenta US$ 4,5 bilhões por dia.
No sábado, os rebocadores conseguiram deslocar o navio cerca de 29 metros, e as dragas liberaram suas hélices da lama do canal. Apesar do pequeno avanço, o chefe da Autoridade do Canal de Suez, Osama Rabie, se recusou a definir um cronograma para o novo flutuante do navio e disse que a tarefa continua “difícil”.
A frente do navio, ou proa, está presa na margem do canal e foi danificada. A água entrou em dois tanques, de acordo com um porta-voz da Bernhard Schulte Shipmanagement, o gerente do navio. Bombas de alta potência foram usadas para tirar a água dos compartimentos e a embarcação ficou estável, disse o porta-voz.
Especialistas esperam que a maré alta prevista para este domingo facilite os trabalhos das equipes de resgate, que utilizam rebocadores e dragas para aspirar a areia debaixo do cargueiro. O navio, que tem quase 60 metros de altura e domina a paisagem oeste do canal, estava cercado por rebocadores. A área conta com uma forte vigilância da segurança do canal, assim como de militares e policiais.