O número de mortos da Covid-19 nos Estados Unidos ultrapassou 800.000, uma marca antes inimaginável é vista como duplamente trágica, visto que mais de 200.000 dessas vidas foram perdidas depois que as vacinas foram disponibilizadas na primavera passada.
A marca sombria surge enquanto o mundo se prepara para um aumento nos casos por conta da Ômicron, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertando que a nova variante está se espalhando a um ritmo sem precedentes.
O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse a repórteres na terça-feira (14) que a variante foi detectada em 77 países e provavelmente já se encontra na maioria dos países do mundo.
A Ômicron, detectada pela primeira vez na África do Sul e informado à OMS em 24 de novembro, tem um grande número de mutações, o que preocupa os cientistas. A nova variante representa uma nova ameaça à medida que ganha uma posição nos EUA, embora os especialistas ainda não tenham certeza de quanto ela é perigosa.
A marca mortal ocorre à medida em que as hospitalizações estão aumentando novamente nos Estados Unidos, um aumento impulsionado pela variante Delta, altamente contagiosa, que chegou na primeira metade de 2021 e agora é responsável por quase todas as infecções.
Especialistas em saúde lamentam que muitas dessas mortes nos EUA são ainda mais dolorosas porque as vacinas amplamente disponíveis e eficazes as tornaram evitáveis.
Cerca de 200 milhões de americanos estão totalmente vacinados, ou pouco mais de 60% da população. Isso está muito aquém do que os cientistas dizem ser necessário para manter o vírus sob controle.
“Quase todas as pessoas que estão morrendo agora estão morrendo de mortes evitáveis”, disse o Dr. Chris Beyrer, epidemiologista da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg. “E isso é porque eles não estão imunizados.”
Quando a vacina foi lançada pela primeira vez, o número de mortos no país era de cerca de 300.000. Atingiu 600.000 em meados de junho e 700.000 em 1º de outubro.
Beyrer lembrou que em março ou abril de 2020, um dos piores cenários projetava mais de 240.000 mortes de americanos.
“E eu vi esse número e achei incrível – 240.000 mortes de americanos?” ele disse.
“E agora ultrapassamos o triplo desse número”. Ele acrescentou: “E acho justo dizer que ainda não estamos fora de perigo”.