A estação de condicionamento prévio (ECP) do Lucaia vai parar entre as 19h desta segunda-feira (30) e 5h de terça (31) para possibilitar o reparo de uma tubulação por onde passa o efluente que é bombeado para o emissário submarino do Rio Vermelho.
A necessidade de mais uma parada da estação foi indicada pelos técnicos que realizaram os serviços de manutenção preventiva entre a noite do dia 9 de agosto e a madrugada do dia 10. Segundo eles, essa tubulação sofreu desgaste por mais de 25 anos de uso e precisa ter um trecho substituído.
“Essa é uma tubulação de grande porte, cujo reparo não fazia parte do escopo dos serviços de manutenção preventiva executados entre o dia 9 e 10 de agosto. Para viabilizar seu reparo, é preciso uma organização logística que envolve a aquisição de material, equipamentos e pessoal especializados. Por isso, planejamos uma parada específica em período onde há menor chegada de esgoto na Estação do Lucaia e mantendo as medidas para reduzir o impacto do extravasamento de efluente, com a utilização de remediadores biológicos para reduzir carga orgânica e odor, além de barreira física na foz do Lucaia”, explica Flávio Lordello, superintendente de esgotamento sanitário da Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A (Embasa).
Do Rio Vermelho ao Farol da Barra
De acordo com a Embasa, a Prefeitura de Salvador e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) já foram informados sobre a segunda parada da Estação do Lucaia. Além disso, o serviço social da empresa também deu conhecimento aos pescadores e comunidades que habitam na faixa de praias entre o Rio Vermelho e o Farol da Barra sobre esse evento.
A orientação dada pela empresa é que as pessoas evitem frequentar as praias desta faixa por, pelo menos, 72 horas, tempo suficiente para a dissipação do impacto verificado a partir da avaliação dos resultados obtidos no monitoramento realizado pelo Laboratório Central da Embasa entre os dias 31 de agosto e 1º de setembro.
Técnicos da Embasa realizam coletas de água do mar, na costa e em pontos desta faixa de praias, desde a última parada em 9 de agosto e vão continuar o trabalho de coleta e análise laboratorial até a próxima sexta-feira (3). Os resultados serão entregues ao Inema e servirão de base para a empresa compreender a dimensão do impacto gerado pela parada temporária da Estação do Lucaia nesta faixa de praias.
O gerente socioambiental da Embasa, Thiago Hiroshi, explica que o monitoramento da qualidade da água das praias dessa faixa vem sendo realizado pela Embasa desde maio deste ano, quando a empresa viu a necessidade de parar a ECP do Lucaia para manutenção preventiva na perspectiva de prevenir o risco de uma parada emergencial, na qual não se tem o controle do tempo nem o planejamento adequado para minimizar impactos.
“A partir do trabalho de coleta e análise laboratorial realizado entre os dias 9 e 13 de agosto, os resultados aferidos indicaram que a influência da paralisação temporária da ECP foi observada de modo mais evidente apenas nas praias do Rio Vermelho e por um período de 48 horas após o retorno da operação do equipamento. No entanto, por precaução, estabelecemos como zona de alerta a faixa entre o Rio Vermelho e o Farol da Barra por um período de 72 horas. É importante também que a população se mantenha atenta aos boletins de balneabilidade emitidos pelo Inema, pois outras variáveis, como a chuva, por exemplo, afetam diretamente a qualidade da água do mar”, diz Hiroshi.
Estação de tratamento
A estação do Lucaia integra o Sistema de Disposição Oceânica (SDO) do Lucaia e cumpre a função de retirar sólidos grossos, fibras e partículas finas de cerca de 73% do esgoto coletado na capital baiana. Do seu funcionamento depende a destinação adequada de efluente pelo emissário submarino do Rio Vermelho, tubulação subaquática com quase 3 quilômetros de extensão que dispersa esgoto condicionado a uma profundidade de 27 metros, sem risco de degradação ambiental da flora e fauna marítimos.
O SDO do Rio Vermelho tem licença do Ibama para lançar efluente no oceano e recebe frequentes manutenções preventivas para evitar paradas longas que causem extravasamento nas praias de Salvador.