Com a intensificação da guerra da Rússia na Ucrânia, empresa estão recrutando ex-soldados multilíngues dispostos a entrar secretamente na Ucrânia por até US$ 2 mil (cerca de R$ 10 mil) por dia – mais bônus – para ajudar a resgatar famílias ucranianas. As informações são da BBC News.
O anúncio foi feito pelo site chamado Silent Professionals, espaço voltado para o recrutamento de profissionais do setor militar e de segurança privada. Empresas e prestadores de serviço privados dos Estados Unidos e da Europa dizem que estão cada vez mais de olho em oportunidades, que vão desde missões de ‘extração’ até ajuda com logística.
Segundo o especialista em empresas militares privadas, Robert Young Pelton, há “um frenesi no mercado” para quem atua nesse setor na Ucrânia hoje. Mas a demanda por esse tipo de profissional — muitos deles ex-soldados com capacidade de lutar e matar — no meio de uma guerra deixa muito espaço para erros e potencial para transtornos.
Mesmo quando os voluntários ocidentais se juntam à luta na Ucrânia, pelo qual podem esperar receber o mesmo que seus colegas ucranianos, o dinheiro está sendo movimentado por interesses privados para serviços de segurança como o anunciado no Silent Professionals.
A plataforma de recrutamento não divulga o nome da empresa contratante, mas, de acordo com Pelton, profissionais estão sendo recrutados por valores entre US$ 30 mil e US$ 6 milhões (R$ 152 mil e R$ 30 milhões) para ajudar a retirar pessoas da Ucrânia.
O valor mais alto é para grupos inteiros de famílias que desejam sair com seus bens, diz ele. O preço das evacuações depende da complexidade do trabalho, explica Tony Schiena, CEO da Mosaic, uma empresa de inteligência e consultoria de segurança com sede nos EUA que já opera na Ucrânia.
“Quando há uma quantidade maior de pessoas, o risco aumenta. As crianças e as famílias são mais difíceis. Tudo depende dos métodos que usamos (para a retirada)”.
As missões da Mosaic são em grande parte guiadas por inteligência, em vez de confronto armado, diz Schiena, um ex-agente de inteligência sul-africano cuja empresa tem em sua direção ex-oficiais de inteligência do alto escalão dos EUA.
Atualmente, a Mosaic está trabalhando com clientes privados, corporações e pessoas politicamente expostas — para ajudar a evacuá-los da Ucrânia, acrescenta Schiena
Empresas militares e de segurança privadas existem há décadas, mas se tornaram realmente conhecidas do público durante as guerras do Iraque e do Afeganistão após os atentados de 11 de setembro, atuando em nome de governos e interesses comerciais.