Fabio Wajngarten, em depoimento à CPI da Pandemia, na tarde desta quarta-feira (12), entregou uma carta da Pfizer oferecendo vacinas ao Brasil em 2020, mostrando que o governo brasileiro não priorizou a compra de imunizantes contra a Covid-19. A carta foi endereçada ao presidente da República Jair Bolsonaro; ao vice-presidente Hamilton Mourão; na época ao ministro da Casa Civil, Braga Neto; ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello; ao ministro da Economia, Paulo Guedes e ao embaixador do Brasil para os Estados Unidos, Nestor Foster.
O presidente da CPI, senador Osmar Aziz (PSD-AM) declarou que essa foi a melhor informação que a comissão de inquérito teve acesso. “A carta da Pfizer, que ele entregou, mostrou como o governo foi incompetente. O presidente Bolsonaro e os ministros Braga Netto, Paulo Guedes e Eduardo Pazuello não responderam à carta, mostrando a incompetência e a falta de prioridade na compra de vacinas”.
Já o senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI, disse que Wajngarten, ao responder sobre a carta, deixou clara a omissão do governo e evidencia a falha na compra de vacinas.
“Eles ficaram quase dois meses sem responder à carta. E a compra só veio a ocorrer neste ano, depois que o Congresso, por nossa iniciativa, aprovou um projeto dando segurança jurídica para a aquisição das vacinas”, afirma Rodrigues.
Wajngarten declarou, em depoimento à CPI, que a carta foi enviada à cúpula do governo brasileiro em 12 de setembro e afirmou ter tomado conhecimento da mesma no dia 9 de novembro, por meio do dono de uma rede de TV. E, no mesmo dia, falou com o presidente sobre o documento, em reunião no gabinete de Bolsonaro, com a presença do ministro Paulo Guedes.