A CBF tem novo presidente em exercício. Os vices da entidade decidiram hoje (25) pela saída do Coronel Nunes e escolheram o baiano Ednaldo Rodrigues para ocupar o cargo.
A ideia é que Ednaldo sente-se na cadeira até uma resolução do caso Rogério Caboclo, dirigente afastado e punido com 15 meses de suspensão pela Comissão de Ética do Futebol Brasileiro por “conduta inapropriada” com uma funcionária da entidade.
A escolha de Ednaldo, ex-presidente da Federação Bahiana, e a saída do Coronel Nunes compõem uma estratégia para garantir os votos contra Caboclo na assembleia das federações estaduais que irá deliberar sobre a aceitação ou não da pena imposta pela Comissão de Ética. Houve uma reunião com as federações após a nomeação de Ednaldo.
A figura do Coronel Nunes sempre foi muito atrelada a Marco Polo Del Nero. Nunes, inclusive, foi eleito inicialmente em 2015 para ser o vice-presidente mais velho e garantir que o poder ficasse com o grupo de Del Nero durante o afastamento decretado pela Fifa em decorrência do Fifagate.
Com Nunes, a CBF não trocou de grupo político, tanto que Rogério Caboclo foi eleito com a bênção de Del Nero, mas hoje ambos são inimigos declarados.
Ednaldo, por mais que tenha composto a chapa de Caboclo, agora também é seu opositor. Mas tenta se descolar da influência de Del Nero nos bastidores. O dirigente baiano, inclusive, chegou a fazer parte de um bloco classificado como “rebelde” em 2012, quando José Maria Marin, que tinha Del Nero a seu lado, herdou o comando da CBF de Ricardo Teixeira. Ednaldo era um dos contrários à passagem do poder a Marin.
A escolha dos vices por Ednaldo vem no dia seguinte à sanção da Comissão de Ética a Caboclo, mas a pena de 15 meses, que dá ao dirigente uma perspectiva de retorno ao poder para completar seis meses finais do mandato, deixou algumas federações temerosas. Houve quem chegasse a cogitar votar para o retorno imediato de Caboclo, temendo retaliações futuras.