Bahia Pra Você

É difícil ser do contra

Alex Curvello – Advogado

Mergulhar de cabeça no mar sem saber da sua temperatura vai além da coragem, é a força de vontade da decisão do que acredita ser o correto a ser feito.

Vivemos em uma sociedade em que quase tudo deve acontecer às pressas e com maestria, sendo que muitas vezes uma é inversa a outra, aliás até onde posso compreender quase sempre, sendo que “quem manda” por determinadas vezes não se tratando do próprio executor do pedido acredita que deve ser realizado com a agilidade do que imagina ser o certo.

Desde que comecei a encarar a “vida adulta”, mantive e mantenho um tom pacificador do que acredito ser o que precisa ser feito, me tornar advogado não mudou, até atenuou essa característica que carrego, recordo do meu primeiro emprego como recepcionista de hotel quando quase sempre tentava compreender o desejo do hóspede com a realidade do que ele imaginava ser o hotel e contrabalancear quando algo desagradava.

E o que isso tem a ver com o tema do nosso Papo de Quinta? Bem, é complicado ser a pessoa que rema contra a maré, que pensa fora da caixa, que tenta executar o que realmente acredita, o popularmente conhecido “do contra”.

Independente do que muitos imaginem, se tornou comum para mim tentar contrariar o “normal” de hoje em dia, algo como querer sempre experimentar o diferente, respeitando os limites do que cada um acredita, nada forçoso, tentando fazer de outro modo para ver como é que fica e percebendo a reação dos que seguem as normas impostas pela maioria.

Sabe o paradoxo existente entre livre arbítrio e destino com repetições incessantes de uma rotina massacrante? Pois bem, acredito que podemos romper essa barreira do destino, do tudo determinado, colocando em prática a realidade do livre arbítrio, de que minhas escolhas que geram as consequências da vida que levo e com isso não posso seguir o que a maioria acredita, pelo simples fato de que todos fazem.

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É como se fosse a binariedade da forma da natureza das coisas, como por exemplo; escolhas e as ausências delas, ação e reação, para que aconteça em nossas vidas aquilo que determinamos.

Agora, como saber se queremos realmente algo se sempre somos moldados a fazer o que fomos programados? “Nascer, crescer, reproduzir e morrer” e se nesse caminho não quiser “reproduzir”, será considerado um “do contra” e você tem problema com isso? Caso não, pois bem, é da forma que encaro a rotina da vida, sempre respeitando quem pensa diferente, mas mantendo as decisões do que acredito.

Outro ponto de extrema relevância da forma de ser “do contra” é o fato de que o homem não fala do que sente, comigo sempre tento manter com minha esposa a voz do sentimento que tenho por ela, é a certeza de que é o amor que move o mundo e a mente de todos.

É algo como ninguém lhe diz quando está apaixonado ou até amando, mas você sabe, você sente e acaba por ser um “do contra” do mundo moderno de hoje com sentimentos e relacionamentos fugazes, efêmeros na duração.

Os limites são o domínio dos limitados, quando passamos a viver naquilo que ficamos aprisionados, por algo ficamos dominados e se torna cada vez mais difícil a reação para viver o que acredita.

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Não é fácil tentar ser “do contra”, as pessoas geralmente se tornam ansiosas para ter o que não tem, mas com medo de perder o que já possuem e acabam por viver uma vida moldada por outros, sendo a própria ansiedade, nada mais, nada menos do que um descontrole emocional e passando a tentar uma vida controlada emocionalmente, por certo você se tornará um “do contra”.

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