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Delegação brasileira em Tóquio reflete as desigualdades entre as regiões do país

e que nunca participou de uma edição de Jogos Olímpicos. Este é o perfil médio do atleta que representará o Brasil em Tóquio até o próximo

Um homem, com idade entre 25 e 29 anos, nascido no estado e na cidade de São Paulo e que nunca participou de uma edição de Jogos Olímpicos. Este é o perfil médio do atleta que representará o Brasil em Tóquio até o próximo dia 8 de agosto.

Este perfil reflete o esporte no país, altamente concentrado nos estados do Sul e, principalmente, do Sudeste. Além disso, ainda não consegue oferecer oportunidades iguais para homens (53%) e mulheres (47%), embora a delegação feminina seja a maior em números absolutos em edições fora do país (141) e com algumas das principais esperanças de medalha para o país.

Não é coincidência que a lista dos estados que mais forneceram competidores em muito se pareça com a dos maiores PIBs por unidade federativa. Afinal, para ser competitivo o esporte demanda investimento. Dos 302 brasileiros inscritos para os Jogos, 108 são de São Paulo. Ou seja: mais de um terço do total vem da maior economia do país. Rio de Janeiro, com 51, Minas Gerais (20), Rio Grande do Sul (19) e Santa Catarina (15) completam os cinco primeiros.

Apesar do PIB aquecido pelo agronegócio, os estados do Centro-Oeste não aparecem com destaque na lista dos melhores representados na delegação olímpica. Eles colaboraram de forma tímida em termos de quantidade. De lá, saíram apenas 13 atletas. Entre eles, Ketleyn Quadros. A judoca do Distrito Federal, escolhida para ser porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura ao lado de Bruninho, do vôlei, foi a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica em esporte individual (bronze em Pequim-2008).

A terceira força é o Nordeste. A região traz consigo uma peculiaridade. Ao contrário da média nacional, conta com mais mulheres do que homens na delegação olímpica: são 29 contra 17. Como a maranhense Rayssa Leal, a caçula do Time Brasil (13 anos) e que também atende pelo apelido de Fadinha do skate. Isso porque, aos 7, vestiu uma fantasia de Sininho (da história de Peter Pan) e saiu por aí andando sobre as rodinhas. O vídeo com esta cena viralizou na internet.

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As maiores contribuições do Nordeste estão no atletismo e no futebol. São 17 representantes no primeiro e dez no segundo. E é do esporte mais popular do país que vem um dos exemplos que talvez melhor personifiquem a força da região: Marta. Hoje chamada de Rainha, ela deixou o sertão de Alagoas sozinha para tentar uma vaga no Vasco, aos 14 anos. Passou por outros nove clubes até chegar ao atual, o Orlando Pride, dos Estados Unidos. No caminho, foi eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo. Primeira e única mulher na Calçada da Fama do Maracanã, superou a marca de Pelé ao se tornar a maior artilheira da história da seleção.

Cinco estados não contam com representantes no grupo que foi a Tóquio: Rondônia, Acre, Amapá, Tocantins e Amazonas. Todos da Região Norte. Apenas um roraimense (Luiz Altamir, da natação) e dois paraenses (Rogério Moraes, do handebol, e Lucas Mazzo, da marcha atlética) participarão dos Jogos. Também na delegação brasileira estão nove competidores que nasceram fora do país, como o cubano Leal, naturalizado brasileiro.

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