A Sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as empresas de aplicativo na Câmara Municipal de São Paulo foi interrompida temporariamente nesta terça-feira (3) após o microfone do vereador Camilo Cristófaro (PSB) ter vazado no plenário dizendo uma frase racista.
“Varrendo com água na calçada… é coisa de preto, né?”, disse o áudio vazado no plenário.
O flagrante aconteceu no início da sessão que ouviu a ex-CEO da empresa Uber, Claudia Woods, e o sócio da empresa de motofrete THL, Thiago Henrique Lima.
Camilo Cristófaro não estava presente na Câmara durante a fala, mas participava da sessão de forma remota, através de videoconferência.
A imagem dele não apareceu no painel do plenário durante o vazamento do áudio, mas a Mesa que dirigia os trabalhos confirmou que ele já estava plugado e participando da sessão.
Após o ocorrido, o presidente da CPI, Adilson Amadeu (União Brasil), suspendeu os trabalhos por cinco minutos para deliberar internamente sobre o impacto da frase.
Na retomada dos trabalhos, a vereadora Luana Alves (PSOL), que é negra, declarou que Cristófaro foi “extremamente racista”.
Em nota, o PSB informou que Cristófaro está em processo de desfiliação do partido desde 28 de abril. “Ele pediu a desfiliação alegando que tem pensamentos diferentes em relação aos defendidos por nós, do PSB. Cabe ressaltar que repudiamos veementemente qualquer declaração preconceituosa.”
O gabinete da vereadora Luana Alves afirma que entrará com representação na Corregedoria para que Cistófaro seja investigado pela Casa por ato de racismo.
A vereadora Elaine Minero, do Mandato Coletivo Quilombo Periférico do PSOL, também afirmou que “tomará as ações necessárias para a atitude racista do vereador não fique impune”.