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CPI aprova convocação da ex-mulher de Bolsonaro

Citadas em investigação do Ministério Público do Rio sobre suposta "rachadinha" no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), as empresas da segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle, acumulam dívidas de R$ 325,5 mil com a União. Três CNPJs ligados a ela estão inscritos na dívida ativa por tributos que não foram pagos. São débitos previdenciários ou de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Também há multas trabalhistas e outras pendências tributárias.

A CPI da Pandemia aprovou ontem (15) a convocação de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro e mãe de um de seus filhos, Jair Renan. O objetivo é apurar as relações dela com o lobista Marconny Faria, que atuou para a Precisa Medicamentos no Ministério da Saúde e depôs na comissão na quarta (15). Apenas o senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) foi contra a convocação.

Em resposta ao senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Marconny admitiu ter comemorado seu aniversário no camarote de Jair Renan no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Marconny contou também conhecer a mãe de Jair Renan, mas disse desconhecer outros integrantes da família Bolsonaro.

Por requerimento de Vieira, foi aprovada a convocação de Ana Cristina Siqueira Valle.

“Mensagens eletrônicas extraídas de aparelho celular em posse desta Comissão Parlamentar de Inquérito indicam que, a pedido do lobista Marconny Faria, a Sra. Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do atual Presidente da República, entrou em contato com o Palácio do Planalto para exercer influência no processo de escolha do Defensor Público-Geral Federal junto ao então Ministro da Secretaria Geral da Presidência e atual Ministro do TCU, Jorge Oliveira”, diz trecho do requerimento do senador Alessandro Vieira.

Marconny Faria também contou já ter apresentado ao filho do presidente um advogado tributarista com o objetivo de ajudá-lo a abrir uma empresa. Por outro lado, negou ter recebido qualquer benefício por isso ou manter negócios com o filho do presidente.

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Embora votado a favor, o senador de oposição Humberto Costa (PT-PE) demonstrou dúvidas sobre a necessidade de ouvi-la na CPI.

“Naturalmente que ninguém vai votar contra trazer testemunhas. Porém eu creio que é preciso ter uma precisão maior do vínculo de qualquer atividade que a pessoa tenha com o conteúdo, o objeto da CPI” disse Humberto, concluindo: “Não tenho dúvidas de que ela praticou tráfico de influência, de que as provas de ‘rachadinha’ são muito importantes, de que possa ter praticado outros crimes. Porém eu não sei se há um vínculo direto com a CPI, que é investigar questões relacionadas à Covid-19. Acho que isso vai ser considerado pelo presidente [da CPI, Omar Aziz] quando for marcar as datas”, disse Humberto Costa.

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