Cerca de 30 das 69 das universidades federais alertam que não vão conseguir chegar ao fim do ano com o orçamento atual, mesmo que todo ele seja desbloqueado. Entre elas, estão UFRJ, UFF, UFMA, UFBA, UFPE, UFABC e UFES, que juntas reúnem mais de 500 mil dos 1,3 milhão universitários da rede federal de educação superior.
Como consequência, prédios poderão ser fechados, atividades essenciais, como pesquisas que continuam mesmo na pandemia serão interrompidas e o retorno presencial em 2021 será descartado. Em algumas, até as aulas remotas podem parar.
Neste ano, a rede federal de educação superior possui R$ 4,3 bilhões para gastos discricionários. Desses, R$ 789 milhões (17%) ainda estão indisponíveis aguardando liberação do Ministério da Educação (MEC). Para resolver o problema, elas defendem que o orçamento suba para pelo menos ao nível de 2020, de R$ 5,6 bilhões.
Essa verba, que chegou a ser de R$ 12 bilhões em 2011, é para despesas indispensáveis (como contas de água, luz, segurança e limpeza), investimentos (reformas, compra de equipamentos e insumos para pesquisas) e bolsas (auxílios para alunos pobres poderem continuar seus estudos).
A Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), por exemplo, afirma que consegue manter as atividades até setembro, uma vez que o corte representa três meses de despesas. A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), reduziu 869 bolsas de pesquisa e diminuiu o valor das que pagam a assistência estudantil. Cerca de 307 funcionários terceirizados foram demitidos. Com os cortes, o déficit da instituição subiu para R$ 13 milhões.
Alunos que mal chegaram na universidade já sentem o peso dos cortes. Na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), o edital para assistência estudantil de quem ingressou em 2021 não pôde ser aberto por falta de orçamento.