O colunista do UOL, o jornalista Jamil Chade tem recebido inúmeras ameaças de morte nas redes sociais desde o último sábado (7). Segundo ele, os ataques se intensificaram após a publicação de uma coluna sobre o ódio como instrumento político nas eleições.
O jornalista, que reproduziu as agressões em seu perfil no Twitter, citou os episódios como “ameaça contra a liberdade de imprensa”. Políticos, artistas e jornalistas se posicionaram sobre o caso nas redes sociais repudiando as ameaças.
Em um dos ataques, reproduzido pelo jornalista, o autor da ameaça diz esperar vê-lo em uma “geladeira do IML” (Instituto Médico Legal), para onde são levados os mortos.
Um dia depois de eu escrever sobre a difusão do ódio como instrumento de poder, passei a ser alvo de ameaças de morte.
Em 2022, não estamos apenas votando para presidente. Estamos definindo quem somos. https://t.co/y3SDI0AqA9
— Jamil Chade (@JamilChade) May 9, 2022
O próprio Jamil relacionou as ameaças de morte à coluna em que fala sobre a política do ódio. “Em 2022, não estamos apenas votando para presidente. Estamos definindo quem somos”, tuitou.
O jornalista relacionou as ameaças ao objetivo de “minar o acesso à informação” em um momento que aponta como fundamental para a sobrevivência da democracia no país.
“Uma ameaça de morte contra um jornalista é uma ameaça contra a liberdade de imprensa. O objetivo desses ataques é minar o acesso à informação num momento chave para a sobrevivência da democracia no Brasil. Não nos intimidaremos”, escreveu o jornalista.
O colunista também cobrou providências do governo brasileiro em nome da defesa dos direitos humanos, da democracia e de tratados assinados junto à Organização das Nações Unidas (ONU).
“O governo brasileiro promove e assina declarações na ONU pela proteção dos jornalistas. Mas se não agir dessa maneira diante de ameaças que tantos de nós sofremos, o que a diplomacia faz é mentir para a comunidade internacional sobre quais são suas políticas de direitos humanos e de defesa da democracia.”