Cidades de pelo menos cinco estados reduziram o intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina AstraZeneca contra a Covid-19. O Ministério da Saúde atualmente recomenda 12 semanas (três meses), mas o prazo foi encurtado por gestores que buscam ampliar a proteção da população contra a variante Delta do coronavírus.
O ministério chegou a estudar a redução do prazo, mas uma reunião da Câmara Técnica manteve a orientação original, de 12 semanas. Já divulgaram a redução do intervalo o Acre (para 45 dias); Pernambuco (60 dias); Ceará (60 dias); Espírito Santo (70 dias); Piauí (70 dias).
Alagoas e Sergipe fizeram mudanças pontuais. O estado de São Paulo também manifestou a intenção de reduzir o intervalo, mas informou ainda depender de aval da Anvisa.
Os estados encurtaram o prazo para aumentar a proteção contra a variante Delta mesmo sem orientação do governo federal. Estudos recentes apontam que somente a vacinação completa protege contra a variante Delta. O ministério escolheu o maior prazo previsto em bula, no entanto, para aumentar o total de pessoas vacinadas com ao menos uma dose, já que a AstraZeneca oferece proteção parcial de 76% já 21 dias após a primeira aplicação.
Previsão em bula
A bula da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela produção e importação da tecnologia da AstraZeneca, já informa que “a segunda injeção pode ser administrada entre 4 e 12 semanas após a primeira”.
Avanço da variante delta
Até o momento, a variante Gama, ou P.1, é a dominante no país, mas, no último mês, foram confirmados casos da variante Delta inclusive na cidade de São Paulo. Enquanto isso, menos de 14% da população brasileira recebeu as duas doses contra a Covid-19.