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Cibercultura e sociedade: era da conexão

Refletir sobre a contemporaneidade tem sua dimensão ampla e complexa nos mais distintos níveis possíveis.

Professor Mizael Macedo Moreira

Refletir sobre a contemporaneidade tem sua dimensão ampla e complexa nos mais distintos níveis possíveis. Desde o advento da cultura cibernética, homens e mulheres imergem-se num universo completamente vinculado aos mais diversos tipos de tecnologias, nítida é a dependência em que as pessoas se encontram acerca do uso dos mais variados aparatos tecnológicos.

No decorrer da história, a humanidade percorreu por caminhos, a qual destinou-se ao rumo da informação. Alvim Toffler frisa nuances entre 3 períodos civilizatórios importantes para a sociedade, ou seja, fala sobre a 1ª onda com as atividades do setor rural – a exploração do setor primário da economia, a 2ª onda com a atividade industrial tradicional – construção do setor secundário da economia e a 3ª onda com as atividades da informática – o setor terciário, por meio dos computadores, das telecomunicações, da robótica e dos microprocessadores).

Vivemos na era da informação e do conhecimento, adaptar-se a este contexto é uma questão de sobrevivência e a cibercultura está presente em nossas vidas como uma forma sociocultural, no sentimento de troca na relações entre sociedade, cultura e as novas tecnologias.

Os espaços eletrônicos virtuais estão sendo popularizados com a utilização da internet e outras tecnologias, o que possibilita uma aproximação entre as pessoas de todo o mundo graças a uma comunicação à distância através de uma rede: a telecomunicação, o que Pierre Lévi chama de conexão planetária, e é o que nos tornam seres globalizados.

Análogo a este pressuposto, analisemos a Série do roteirista Pedro Aguilera, “Onisciente” que se passa numa cidade vigiada constantemente por pequenos “drones”, com a qual registram, controlam e avaliam qualquer e toda ação de qualquer pessoa que esteja dentro da metrópole, por esta circunstância a cidade tem taxas de crimes baixíssimos, pois esta tecnologia identifica qualquer que seja (pequena ou grande) ação criminal, levando a população a viver com tranquilidade e sem medo da criminalização, fica válido perceber que existe tanto o lado bom e o lado ruim da evolução tecnológica em nossas vidas.

A produção brasileira nos mostra, na trama, uma suprema confiança dos homens/mulheres sobre a tecnologia nômade, revelando uma dependência, em outros termos, as pessoas cada vez mais rapidamente se adaptam de tal forma que não se enxergam distantes ou sem as novas tecnologias. Na história percebe um terror social tecnológico por estarem presos a esta onda cibernética, pois estão submetidos a uma vigilância absoluta tirando suas respectivas privacidades.

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Nesta senda, fica notório o quanto se assemelha com nossa realidade, este trabalho cinematográfico traz uma mensagem subliminar frente a realidade em que as pessoas estão vivendo, presos aos aparatos tecnológicos (celulares, notebooks, Televisão…), vigilância constante, dependência dos gêneros científicos…, toda esta evolução tecnocientífica vem para facilitar as nossas vidas e assim nos prender, cada vez mais, na relação homem, sociedade e tecnologia.

Na trama a protagonista mostra que mesmo sendo uma tecnologia de última geração, pode haver fragilidade no sistema, o que é algo comum para todos, os “hackers” são prova disso, com isso, se faz necessário uma desconfiança para não termos certeza absoluta daquilo que depositamos toda a nossa confiança.

Portanto, na atmosfera da sociedade cibernética todas as pessoas que não estão familiarizado com as tecnologias são consideradas desatualizadas, mas o que podemos indagar é se adquirimos um vício irreversível sem qualquer forma de cura? Desse modo, os ciberespaços em que ingressamos tem por si seu lado positivo e seu lado negativo em virtude da vida humana, socialmente importante para o homem/mulher contemporâneo.

Mizael Moreira, graduado em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – AGES, pós-graduado, Lato Sensu em Direitos Humanos na Escola pela Faculdade Venda Nova do Imigrante – FAVENI. Voluntário no Centro de Referência em Desenvolvimento e Humanidades (CRDH/UNEB
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