O cantor e compositor Chico Buarque entregou nesta segunda-feira (24), o prêmio Camões, após quatro anos de atraso com a negativa do ex-presidente Jair Bolsonaro. A cerimônia contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O cantor foi escolhido pela comissão julgadora do prêmio em 2019, mas o processo não foi concluído porque Bolsonaro não quis assinar a documentação necessária para a entrega.
“Hoje, para mim, é uma satisfação corrigir um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura brasileira nos últimos tempos. Digo isso porque esse prêmio deveria ter sido entregue em 2019 e não foi. Todos nós sabemos por quê”, declarou Lula.
O diploma do Camões foi assinado em cerimônia em Lisboa por Lula e pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
O governo de Portugal chegou a indicar que Chico receberia o prêmio em abril de 2020, com ou sem a assinatura de Bolsonar, mas a pandemia da Covid-19 e as políticas de isolamento social adiaram a entrega dos vencedores das edições de 2020 a 2022.
Apoiador do presidente Lula, à época da negativa da assinatura de Bolsonaro, Buarque respondeu em sua conta oficial em uma rede social que “A não assinatura do Bolsonaro no diploma é para mim um segundo Prêmio Camões”.