Os casos de Covid-19 voltaram a ganhar força e acendem um alerta entre autoridades de saúde, principalmente para grupos mais vulneráveis e pessoas que não completaram o esquema vacinal. Ao menos 12 estados brasileiros, além do Distrito Federal, relatam aumento de notificações da doença, depois de um longo período de baixos registros na pandemia.
A alta de contágios, em meio à descoberta de uma nova subvariante da Ômicron, a BQ.1, evidencia a circulação do coronavírus no país. A taxa de positividade nos testes para Covid cresceu no Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo, e no DF, segundo os dados das respectivas pastas da saúde. Em alguns estados, a alta de contágios já se reflete na maior procura por atendimento em ambulatórios e hospitalizações.
As farmácias do Brasil chegaram a registar um aumento de 465% nos resultados positivos para a doença na primeira semana de novembro, em comparação ao mesmo período de outubro, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).
Tudo isso em um cenário que menos da metade da população brasileira recebeu uma ou mais doses de reforço, e faltam vacinas para as crianças. No caso dos bebês menores de 3 anos, a recomendação, por enquanto, é vacinar apenas aqueles com comorbidades.
Com a entrada da nova variante BQ.1 no Brasil, a Sociedade Brasileira de Infectologia divulgou uma nota na sexta-feira (11), recomendando a volta do uso de máscaras, em situações de maior risco de contágio, e de medidas de distanciamento, além do reforço do calendário vacinal. Em São Paulo, diante de uma alta de 50% nas novas internações pela Covid-19 em leitos de enfermaria, e de 56% no caso de Unidades de Terapia Intensiva, o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, chegou a fazer um apelo para que as pessoas tomem as doses de reforço.
A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde divulgou no sábado (12) uma nota técnica alertando estados e municípios sobre o aumento do número de casos de Covid-19 no país e reforçando a necessidade do uso de máscaras.
No documento, a pasta cita a circulação da subvariante da ômicron BQ.1 no país e aponta, além do uso de máscaras, o reforço da higienização frequente das mãos com álcool 70% ou água e sabão.
A secretaria destacou que as medidas devem ser seguidas principalmente “por indivíduos com fatores de risco para complicações da Covid-19 (em especial imunossuprimidos, idosos, gestantes e pessoas com múltiplas comorbidades)”.
Esses cuidados também devem ser adotados por pessoas que tiveram contato com casos confirmados da doença e por quem costuma frequentar locais fechados e mal ventilados, aglomerações ou unidades de saúde.
Também no sábado (13), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, publicou nas redes sociais um apelo para a população buscar os postos de vacinação.
Ele disse que 69 milhões de brasileiros ainda não tomaram 1ª dose de reforço e 32,8 milhões que poderiam ter recebido a 2º dose de reforço ainda não se vacinaram.
Já neste domingo (13), o Ministério da Saúde enviou uma nota à imprensa em que destacou os números mencionados por Queiroga e a circulação de novas linhagens da variante ômicron.
A pasta concluiu o comunicado ressaltando a importância dos imunizantes no controle da pandemia.
“Mais de 69 milhões de brasileiros não tomaram a primeira dose de reforço contra o vírus. Nesse contexto, o Ministério da Saúde convida a população a completar e reforçar a imunização, uma vez que as vacinas foram fundamentais para controlar a emergência de saúde provocada pela Covid-19 e seguem sendo importantes.”
Fonte: O GLOBO