A Câmara dos Deputados aprovou, por 286 votos a 173, o texto-base do Projeto de Lei, que autoriza privatização dos Correios. A proposta também estabelece condições para a desestatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e remete a regulação do setor à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Em uma vitória da agenda liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, e sob críticas da oposição, a proposta segue para o Senado Federal e, se aprovada, vai à sanção presidencial. Caso os senadores mudem a redação do projeto, nova votação será feita na Câmara.
O projeto ainda passará por análise dos destaques apresentados pelos partidos na tentativa de mudar trechos do texto.
Segundo o substitutivo aprovado, do deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA), o monopólio para carta e cartão postal, telegrama e correspondência agrupada continuará com a ECT por mais cinco anos, podendo o contrato de concessão estipular prazo superior.
Contrapartida
A Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap) afirma que o projeto é inconstitucional, além de trazer “graves riscos para os cidadãos e empresas brasileiras, que podem se ver mais à frente reféns de um modelo de serviço postal mais oneroso e menos presente que o atual”.
O caso está em análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifestou no processo contra a privatização dos serviços postais e correio aéreo. O governo diz que não há inconstitucionalidade na privatização.
O projeto abre caminho para a privatização dos Correios ao criar um marco legal para o setor postal. O modelo escolhido pelo governo para a privatização e previsto no projeto foi a venda de 100% da estatal.