O Brasil monitora três casos suspeitos de varíola dos macacos. Um dos possíveis casos foi identificado na cidade de Porto Alegre (RS). Os outros dois pacientes estão, um em Santa Catarina e o outro no Ceará. O dado foi informado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (30) e divulgado pelo GLOBO. São as três primeiras suspeitas de diagnósticos no Brasil.
O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional) monitora o caso do homem na cidade de Porto Alegre, que chegou ao Brasil de Portugal no último dia 10. Na manhã desta segunda-feira, o paciente passará por uma consulta e terá o material coletado para que sejam feitos os exames.
“Acredito que os riscos são pequenos. O problema é que, se os contatos dos casos não forem identificados e isolados, a transmissão continua e existe a possibilidade de chegar a animais destes países, o que tornaria muito mais difícil erradicar a doença nesses locais”, explica o médico geneticista Salmo Raskin.
O mundo ultrapassou a marca de 400 infectados pela doença fora da África, segundo a Global.health Monkeypox, iniciativa que monitora os números divulgados por cada nação. Esse é o maior surto fora do continente já registrado.
Na América Latina, 3 casos foram confirmados sendo 2 na Argentina e 1 na Bolívia. A doença, de origem animal, foi registrada pela 1ª vez em humanos em 1970. Circula só na África, por causa dos mamíferos locais. Episódios em outras regiões do mundo são raros. A 1ª notificação fora do continente foi em 2003, nos Estados Unidos.
A varíola dos macacos é uma versão semelhante à varíola erradicada em 1980, embora mais rara, mais leve e com a transmissão entre pessoas mais difícil de acontecer. Porém, os casos relatados até então têm se espalhado entre pessoas com mais facilidade, o que preocupa autoridades de saúde.
O período de incubação do vírus monkeypox – tempo entre infecção e aparecimento de sintomas – é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias, segundo a OMS. Quando surgem, os sinais são febre, dor de cabeça, dores musculares e erupções na pele (lesões) que começam no rosto e se espalham para o resto do corpo, principalmente as mãos e os pés. Geralmente, a doença é leve, e os sintomas desaparecem sozinhos dentro de duas a três semanas.