O Brasil registrou o primeiro caso da subvariante Ômicron XE, da Covid-19, potencialmente mais transmissível que outras da mesma cepa. O Instituto Butantan fez a identificação da sublinhagem a partir do sequenciamento genômico, de uma amostra foi coletada há um mês, em 7 de março.
O caso é importado, isto é, veio de outro país, com “provável origem” da África do Sul, mostra o laudo, obtido pelo Globo. Outro documento mostra que o Butantan notificou a Rede Cievs na quarta-feira e que o paciente tem esquema vacinal completo.
Entre os sintomas apresentados, estão coriza, distúrbios de olfato e de paladar, dor de cabeça, tosse, febre e dor de garganta. Os sintomas começaram em 17 de fevereiro e o homem já está recuperado.
“No Brasil, no dia 06 de abril de 2022, foi notificado um (01) caso da variante recombinante XE, combinação das sublinhagens BA.1 e BA.2 da VOC Ômicron, no estado de São Paulo. O teste RTPCR positivo foi realizado no dia 07/03/22. O caso realizou tratamento domiciliar (Quadro 2). Os sequenciamentos foram relatados via relatório do Instituto Butantan e ainda não foi registrado no GISAID”, diz o documento.
O Ministério da Saúde confirmou que foi notificado na quarta pelo Instituto Butantan sobre o primeiro caso da variante XE. Informou também que faz “o constante monitoramento do cenário epidemiológico da Covid-19”, e defendeu a importância de completar o esquema vacinal para evitar o avanço de novas variantes no Brasil.
Nesta semana, o Ministério da Saúde informou à reportagem que monitorava a subvariante, que surgiu a partir de uma recombinação das versões BA.1 e BA.2. Sem detalhar esse acompanhamento, o ministério diz que busca fortalecer a vigilância genômica. É esse trabalho que identifica as linhagens do coronavírus que circulam no país. O avanço da vacinação, segundo a pasta, seria a principal estratégia para conter a subvariante.
Para cientistas, a subvariante ainda não é motivo de preocupação. As informações disponíveis até o momento não mostram impactos no escape vacinal ou na gravidade da Covid-19.
“É importante pontuar que no momento não existe informação extra que indique risco maior do que as linhagens BA.1 e BA.2 da Ômicron. Trata-se apenas de um recombinante que tem parte dos genes vindos da BA.1 e da BA.2. Em termos gerais, tratamos como uma versão a mais da Ômicron”, destaca virologista do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), Anderson Brito, membro do Pango Network, grupo de voluntários que ajuda a classificar variantes.