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Brasil não tem um plano de imunização, dizem especialistas

Primeiro dia da campanha estadual do Dia D de Vacinação Contra o Sarampo no Rio de Janeiro, caminhão itinerante da Secretaria Estadual de Saúde

O Observatório Covid-19 BR, projeto multidisciplinar para mitigação da pandemia, que congrega cerca de 80 especialistas dos centros de pesquisa mais importantes do Brasil, como USP, Fiocruz, UFSC e outras universidades, analisou o plano de vacinação divulgado pelo Ministério da Saúde para conter a doença e a conclusão dos especialistas é que “ainda não temos um plano”.

O grupo colheu informações disponíveis até agora sobre como o país pretende imunizar sua população contra a Covid-19, e afirma que é preocupante o estado atual de planejamento.

“É um esboço rudimentar, com tantas fragilidades e lacunas que dificilmente poderá ser seguido”, escreveram, em nota técnica divulgada hoje. “São marcantes a falta de ambição, de senso de urgência e de comprometimento em oferecer à população brasileira um plano de vacinação competente, factível, que contemple as diversas vacinas em teste no Brasil, com transparência e em articulação com estados e municípios”, diz o documento.

Segundo os cientistas, a iniciativa partiu de um sentimento de consternação em relação ao documento, obtido com exclusividade pelo GLOBO e posteriormente divulgado no site do Observatório Covid-19 BR.

“Esse trabalho nasceu em parte da indignação que a gente tem de saber que o Brasil poderia ter um plano consubstanciado, bem documentado e construído com uma racionalidade, mas não tem”, diz a epidemiologista Maria Amélia Veras, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, uma das articuladoras da nota técnica.

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Segundo a análise dos pesquisadores, um dos poucos aspectos do plano razoavelmente claros é o de priorização do público a ser vacinado. O ministério determinou que, na primeira etapa, por exemplo, são profissionais de saúde, idosos acima de 75 anos e indígenas. Ainda assim, os pesquisadores afirmam que algumas populações vulneráveis, como moradores de rua, também deveriam ter sido incluídas.

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