O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou na noite desta segunda-feira (14), em conversa com apoiadores, no Palácio do Alvorada, em Brasília, assinar uma medida provisória para a liberação de R$ 20 bilhões para vacinas e disse que as pessoas terão que assinar termo de responsabilidade para tomar o imunizante contra a Covid-19.
“Devo assinar nesta terça-feira a Medida Provisória de R$ 20 bilhões para comprar vacinas. Talvez, terça-feira. E detalhe, vocês vão ter que assinar um termo de responsabilidade, porque a Pfizer, por exemplo, é bem clara no contrato: ‘nós não nos responsabilizamos por efeitos colaterais’. Tem gente que quer tomar, então tome. A responsabilidade é sua. Quer tomar, toma. Se der algum problema por aí… Espero que não dê”, disse Bolsonaro a apoiadores.
“Para quem está bem fisicamente, não tem que ter muita preocupação. A nossa preocupação é com o idoso, com quem tem doença, com o pessoal que é gordinho…”, completou o presidente, arrancando risadas das pessoas que estavam no local.
Os ex-presidentes dos Estados Unidos Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton, já se prontificaram a promover a vacinação nos Estados Unidos. Os imunizantes são a aposta da ciência para que mais vidas não sejam ceifadas pelo novo coronavírus, que já matou cerca de 1,6 milhão de pessoas no mundo, sendo mais de 181 mil somente no Brasil.
Informação falsa
Bolsonaro erra ao dizer que quem está bem fisicamente não precisa se preocupar. Qualquer vacina precisa de uma cobertura mínima para fazer efeito. Um estudo publicado em agosto indica que, se um imunizante contra o coronavírus tiver eficácia de 80%, ele precisa ser aplicado em pelo menos 75% da população para acabar com a pandemia.
Se essa adesão mínima não for atingida, o vírus continua circulando, infectando pessoas, deixando sequelas e, em alguns casos, causando mortes. O sarampo, por exemplo, havia sido erradicado nas Américas em 2016, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mas voltou a ser alvo de preocupação em 2018, após dois surtos da doença no Brasil.