Em três anos, a Bahia conseguiu aumentar a adesão das famílias à doação de órgãos, de 34% para 50%. Segundo a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), um dos motivos é o estímulo a uma conversa prévia com os familiares. “As famílias são sete vezes mais propensas à doação quando sabem antecipadamente a intenção do ente querido”, afirma a coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes, Rita Pedrosa.
A gestora aproveita a Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos, no mês de setembro, para promover o debate, inclusive com lives nas redes sociais. Estão previstas ao menos cinco palestras neste mês, desmitificando o processo de doação, falando sobre a experiência do re-viver e das ações de sensibilização do tema.
De acordo com o secretário da Sesab, Fábio Vilas-Boas, o mês de setembro é para celebrar a vida e continuar estimulando a doação. “Com 119 transplantes de rim realizados de janeiro a junho deste ano, a Bahia lidera o número de procedimentos no Nordeste e é o sétimo no Brasil”, afirma o secretário.
“Mesmo durante a pandemia de coronavírus (Covid-19), a Bahia não parou de realizar transplantes, pois montamos uma estrutura para captar com celeridade e realizar todos os testes necessários dentro do período máximo de cada órgão”, ressalta Vilas-Boas, ao pontuar que neste período foram realizados, no total, 282 transplantes de fígado, rim, córneas, medula e pele.
Segundo a Sesab, a ampliação do número de equipes transplantadoras, a ampliação do programa de educação permanente e a modificação dos critérios de aceitação de órgãos contribuem para os resultados do programa de transplantes da Bahia.
Setembro Verde
O mês de setembro é chamado de “Setembro Verde” em função do dia 27, dedicado aos santos gêmeos, Cosme e Damião, que são considerados patronos dos transplantes e apontados como responsáveis pelo primeiro transplante realizado no mundo – o transplante de uma perna, retratado por um pintor espanhol do século XVI, em tela que se encontra exposta no Museu do Prado, na Espanha.