A AstraZeneca, empresa que desenvolveu vacina de Covid-19 em parceria com a Universidade de Oxford, afirma que não pode ainda vender o produto para o setor privado.
“No momento, todas as doses da vacina estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, incluindo da Covax Facility, não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado”, disse hoje a empresa em comunicado à imprensa.
“Nos últimos sete meses, trabalhamos incansavelmente para cumprir o nosso compromisso de acesso amplo e equitativo no fornecimento da vacina para o maior número possível de países ao redor do mundo”, completou a nota. “Como parte do nosso acordo com a Fiocruz, mais de 100 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca (AZD1222) estarão disponíveis no Brasil, em parceria com o Governo Federal.”
O governo brasileiro enviou nesta semana uma carta à AstraZeneca para dar seu aval a uma possível aquisição de 33 milhões de doses da vacina de Oxford pelo setor privado, das quais a metade seria destinada ao Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do Plano Nacional de Imunização.
A mudança de postura do governo federal parece vir acompanhada também de uma mudança de discurso. Após passar meses colocando em dúvida a eficácia de vacinas contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (26) que os imunizantes são importantes para proteger a economia do país.
A vacina Oxford/AstraZeneca é a única para a qual o governo federal já tem contrato de aquisição. Como a Fiocruz ainda não recebeu os primeiros lotes de ingrediente farmacêutico ativo para iniciar a produção de ampolas com o produto no país, a aplicação deste imunizante vai começar com as 2 milhões de doses que chegaram prontas da Índia. Mais 10 milhões devem chegar em fevereiro.
Em todos os estados brasileiros, a campanha de vacina começou na prática com a vacina Coronavac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac. Após a chegada de 6 milhões de doses prontas da China, o Instituto Butatan já começou a produzir ampolas do produto em São Paulo, estado que negociou a aquisição.