A ossada do menino Leandro Bossi foi identificada após trinta anos após o seu desaparecimento na cidade de Guaratuba, no litoral paranaense. A informação foi dada pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná na tarde da sexta-feira (10). À noite, a família do garoto se disse “traída” e que o anúncio seria “uma vergonha”. As informações são do UOL.
Segundo o órgão, a ossada encontrada tem 99,9% de compatibilidade com o DNA da mãe do garoto. Um resultado que, segundo o secretário de segurança pública, tem “compatibilidade total” com a vítima.
Até o momento, as condições e o local no qual a ossada foi encontrada não foram informados. Segundo a delegada Patrícia Nobre, do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), esses detalhes só serão divulgados posteriormente.
“Essas respostas [sobre a ossada] têm que ser dadas posteriormente pela Polícia Científica juntamente com os levantamentos dos inquéritos do que aconteceu nesses 30 anos anteriores. Não posso falar por investigações que aconteceram antes de assumirmos a unidade”, apontou.
A delegada também contou que a mãe de Leandro foi informada sobre a identificação antes da coletiva de imprensa. “Ela ficou bem emocionada, como não poderia deixar de ser, mas agradeceu, agradeceu bastante, porque mesmo 30 anos depois é bastante emotivo ter uma resposta”, disse.
No ano passado, foram enviadas para a Polícia Federal em Brasília oito amostras ósseas que estavam na guarda da Polícia Científica relativas a crianças desaparecidas. Da mesma forma, também foi coletado o material genético de três mães, dentre elas, a mãe de Leandro Bossi. Agora tivemos resultado positivo, fazendo o confronto de uma das amostras, indicou a compatibilidade do material genético para a ossada de Leandro Bossi”, informou Wagner Mesquita, secretário de segurança pública do Paraná.
Leandro Bossi desapareceu em 15 de fevereiro de 1992, quando tinha sete anos, durante um show realizado na cidade de Guaratuba (PR). O inquérito policial sobre o desaparecimento dele nunca foi concluído. No mesmo ano, no dia 6 de abril, desapareceu também o garoto Evandro Caetano, de 6 anos, no mesmo município.
Sobre o tempo necessário para que a identificação tenha sido possível, o perito responsável pelo caso, Marcelo Malaghini, alegou que a tecnologia disponível hoje é muito diferente do que se tinha à disposição há três décadas, quando foram feitas as primeiras análises de materiais genéticos que pudessem ajudar a esclarecer o caso.