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Aplicativos brasileiros tiram nota baixa em condições de trabalho, diz estudo

Entregadores e motoristas de aplicativos farão nesta terça-feira (29) uma paralisação em pelo menos 16 cidades do Brasil, por melhorias em serviços e condições oferecidas por empresas como Uber, 99 e iFood.

Uberização no Brasil: Uber, Ifood e as condições precarizadas de trabalho

Um estudo coordenado pelo Oxford Internet Institute e pelo WZB Berlin Social Science Centre, realizado em 27 países, apontou que aplicativos digitais brasileiros como Uber, 99, iFood, Rappi e Get Ninjas não oferecem padrões considerados mínimos de trabalho decente.

Segundo o relatório, nenhuma plataforma brasileira obteve mais de 2 pontos, em um máximo de 10, em avaliação baseada em cinco princípios de trabalho justo — remuneração, condições de trabalho, contratos, gestão e representação justos.

iFood e 99 obtiveram apenas 2 pontos cada, enquanto a Uber recebeu 1 ponto. Rappi, Get Ninjas e Uber Eats ficaram com zero na classificação — apesar de constar do estudo, realizado em 2021, o serviço de entrega de alimentos da Uber encerrou suas atividades no Brasil em março deste ano.

A Rappi lamentou “o fato de o projeto não ter acessado as informações da empresa relacionadas ao objeto da pesquisa, o que provavelmente alteraria sua classificação”. Já a Uber não comentou os resultados, optando por destacar pesquisas que têm apontado a importância da renda obtida com aplicativos no contexto atual.

A BBC News Brasil não tinha conseguido contato com a Get Ninjas, mas, após a publicação da reportagem, a empresa enviou nota dizendo que “não foi consultada durante elaboração da pesquisa realizada pela Fairwork para esclarecer o modelo de operação da plataforma”.

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Trabalho decente é um termo cunhado em 1999 pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) e faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 20130 da ONU (Organização das Nações Unidas).

“A ideia de trabalho decente é pensar não só na quantidade de empregados e desempregados, mas a qualidade desse trabalho”, explica Rafael Grohmann, professor da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos) e um dos autores do estudo no Brasil.

O grupo de universidades brasileiras colheu informações sobre as empresas através de pesquisa documental, evidências apresentadas pelas plataformas e entrevistas com trabalhadores.

 

Fonte: BBC News Brasil
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