A Agência Brasileira de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, no último dia 5 de junho, o medicamento Apretude® (cabotegravir), para prevenção do contágio pelo vírus HIV. O Apretude® foi aprovado para uso em indivíduos com pelo menos 35 kg e estará nas formas farmacêuticas comprimido e suspensão injetável.
O cabotegravir é um antirretroviral da classe dos inibidores da enzima integrase, que impede a inserção do DNA viral do HIV no DNA humano. Trata-se de um mecanismo de ação que evita a replicação, ou seja, a reprodução do vírus e sua capacidade de infectar novas células.
O medicamento injetável representa uma nova opção, pois pode prevenir o HIV sem a necessidade de se tomar um comprimido todos os dias.
A indicação de uso do medicamento faz parte de uma estratégia de prevenção combinada ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), na profilaxia pré-exposição (PrEP) para reduzir o risco de HIV-1 adquirido sexualmente em adultos com risco aumentado de contrair a infecção. A profilaxia pré-exposição é um método de prevenção que consiste no uso de antirretrovirais (medicamentos utilizados para o tratamento de infecções por retrovírus, especialmente o vírus HIV) por pessoas que não estão infectadas, mas que se encontram altamente vulneráveis a esse vírus.
O Apretude® injetável deve ser administrado a cada dois meses, representando assim mais uma alternativa para a PrEP e um tratamento com menos desafios de adesão. Já o comprimido oral é indicado para avaliar a tolerabilidade ao cabotegravir, isto é, a capacidade do indivíduo de suportar os efeitos do medicamento antes da administração do cabotegravir injetável, ou como terapia PrEP para aqueles que perderam a dose programada do medicamento injetável.
O medicamento demonstrou reduzir o risco de infecção pelo HIV-1 adquirido sexualmente em pessoas com peso corporal igual ou superior a 35 kg e em risco de contrair a infecção pelo HIV-1 (vírus mais comum, responsável por grande parte dos casos de Aids no mundo).
O medicamento não deve ser usado sem a confirmação de um teste de HIV negativo, ou seja, ele só deve ser prescrito para indivíduos confirmados como HIV negativos. Para reduzir o risco de desenvolver resistência ao medicamento, o teste de HIV deve ser feito antes do início do uso do medicamento e antes de cada nova injeção.