A crise climática e a erradicação da fome foram os principais temas debatidos no segundo dia do 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia, realizado em Juazeiro, no norte da Bahia, até sábado (18). Nesta quinta-feira (16), o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, juntou-se às cerca de 2 mil pessoas vindas de diversas regiões do país para participar do painel sobre segurança alimentar e nutricional. O debate contou também com a presença dos ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).
Durante sua fala, o governador destacou a importância simbólica do evento às margens do rio São Francisco e reforçou o compromisso do estado com políticas públicas voltadas à erradicação da fome e à produção de alimentos saudáveis. “A Bahia e o Brasil não vão baixar a guarda para a insegurança alimentar e o uso de agrotóxicos na alimentação brasileira”, afirmou Rodrigues.
Representando o Movimento dos Pequenos Agricultores, a técnica em agropecuária Cíntia Souto ressaltou o papel do congresso como espaço de diálogo com o poder público e de reafirmação da agroecologia como projeto de sociedade. “Sem os alimentos produzidos pelo povo do campo, não conseguimos alimentar o povo brasileiro”, declarou.
Promovido pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), com apoio do Governo da Bahia, o congresso reúne agricultores familiares, pesquisadores, representantes de povos e comunidades tradicionais e organizações ambientais. A programação inclui debates, oficinas e ações práticas voltadas à valorização dos saberes locais e à convivência com a diversidade dos territórios brasileiros.
No Dia Mundial da Alimentação, celebrado na quarta-feira (16), o Governo da Bahia, por meio do programa Bahia Sem Fome, realizou a ação “Agroecologia contra a Fome”, com a distribuição de 300 cestas da agricultura familiar e 1.200 refeições em cozinhas comunitárias.
Segundo dados do governo estadual, mais de 1,1 milhão de famílias saíram do mapa da fome na Bahia desde 2023, resultado de investimentos superiores a R$ 3 bilhões em ações de combate à insegurança alimentar, incentivo à agricultura familiar e fortalecimento da assistência social.
O coordenador do programa Bahia Sem Fome, Tiago Pereira, destacou a importância da produção de alimentos saudáveis e da geração de renda para os pequenos produtores. “Essa agenda da agroecologia reafirma a importância de avançarmos na produção de alimentos sem agrotóxicos”, disse.
Para esta sexta-feira (17), está previsto o lançamento do projeto internacional “Raízes Agroecológicas”, uma iniciativa conjunta entre Argentina, Bolívia e Brasil, financiada pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). O projeto receberá investimento de 4 milhões de euros para ações voltadas ao melhoramento genético de sementes e ao fortalecimento da biodiversidade entre agricultores dos países do Sul.
