No dia 31 de agosto de 2020, Nike e Neymar interromperam a parceria, encerrando treze anos de um contrato iniciado em 2007. Nem a empresa de material esportivo nem o jogador do PSG deram uma explicação para essa surpreendente notícia. Quinta-feira (27), após revelações do Wall Street Journal, a Nike forneceu um, imediatamente contestado pela comitiva do jogador.
“A Nike encerrou sua parceria com o atleta porque ele se recusou a cooperar em uma investigação de boa fé sobre alegações verossímeis de irregularidades apresentadas por um funcionário”, disse a Nike em nota enviada à AFP, na noite de quinta para sexta-feira, confirmando a informação do diário americano.
De acordo com o WSJ, o brasileiro foi acusado por uma funcionária da marca de tê-la agredido sexualmente em 2016 e se recusou a cooperar com uma investigação realizada desde 2019. O jornal informa que a jovem estava em Nova York para um evento promocional em torno de Neymar, e enquanto os dois estavam em seu quarto de hotel para trabalhar, o jogador teria pedido a ela para fazer sexo oral nele.
Neymar nega a acusação. “Neymar Jr. se defenderá vigorosamente contra esses ataques infundados caso alguma reclamação seja apresentada, o que não aconteceu até agora”, disse a assessoria do atleta, que justificou o fim do contrato com a Nike por motivos comerciais.
Segundo matéria do jornal americano, a funcionário da Nike registrou uma reclamação para a empresa em 2018 e descreveu o incidente para o chefe de recursos humanos e conselho geral, de acordo com as pessoas e os documentos. A Nike contratou advogados da Cooley LLP para conduzir uma investigação a partir de 2019 e decidiu deixar de usar Neymar no marketing.
A Nike encerrou seu relacionamento com Neymar em 2020 depois que o atleta não cooperou com a investigação de Cooley, segundo depoimentos. “A Nike encerrou seu relacionamento com o atleta porque ele se recusou a cooperar na investigação, após alegações de irregularidades apresentadas por um funcionário”, disse Hilary Krane, conselheiro geral da Nike, em resposta às perguntas do jornal.
A porta-voz de Neymar disse que os dois lados estão em discussões desde 2019. “É muito estranho um caso que deveria ter acontecido em 2016, com denúncias de um funcionário da Nike, só vir à tona neste momento”, disse.
Segundo pessoas ouvidas, representantes de Neymar contestaram o relato da mulher durante a investigação de Cooley, mas o próprio atleta se recusou a ser entrevistado pelos investigadores da Nike.
Neymar esteve em Nova York em junho de 2016, data da acusação, para participar do lançamento de calçados da marca Jordan da Nike.