
Professor Mizael Moreira
É um agrado imensurável falar sobre esta obra que causou-me emoções, além de despertar inclinações utópicas do ponto de vista da educação contemporânea. O que a mim fascina é esta abordagem que revela importantes variações do cenário cênico acerca da esfera do universo educacional em distintas vertentes.
A obra cinematográfica suscita uma mulher semelhante a muitos cidadãos e cidadãs do mundo inteiro, que passa por situações-problema de ordem profissional, financeiro e afetivo sexual…, necessitando de reerguer-se frente a tais dificuldade. Uma mulher forte e determinada em detrimento de seus interesses e pretensões, que lutam sempre para o bem da família e dos seus ideais.
Ao passar por um desfecho de separação matrimonial, a protagonista sendo mãe de dois meninos precisa, sozinha, arcar com a responsabilidade familiar, tendo apoio somente de sua mãe, mas para tal, advém a necessidade do trabalho. A experiência profissional é algo que dificulta muito as pessoas em conseguir emprego, como é o caso de Roberta Guaspari, por questão conjugal com o pai dos seus filhos e a moradia não fixa tornara inviável o seu crescimento profissional, mas o talento e a esperança em que toda criança poderia aprender a tocar violino a fez acreditar e nunca desistir.
É bem verdade que a forma como ela encantou a diretora da escola para lecionar, ao tocar violino juntamente com seus filhos, representa mais que uma vontade e/ou uma necessidade de trabalhar, mas mostra que o currículo não revela significativamente, as competências que cada profissional possui.
Ao deparar-se com uma escola localizada num bairro de grande centro cultural e comercial dos afro-americanos, o que difere de seus ambientes antes vividos, causa um impacto apreensivo acerca do universo que ingressara, não que seja algo antagônico, mas algo novo a ser descoberto, um itinerário de uma nova jornada com muitos conflitos, sejam eles sociais, profissionais, afetivos, pedagógicos…
A priori, desafios constantes em sensibilizar os alunos a terem uma consciência disciplinar, pois a música de forma geral precisa de disciplina, dedicação e comprometimento. Paralelo a este dilema, enfrentar obstáculos de educação familiar remete a um olhar delicado e um trabalho cauteloso, inquestionavelmente o que tenciona uma preocupação maior sobre seus filhos diante da ausência da figura masculina nos momentos cruciais da vida de um jovem.
Das mais diversas contingências que jaz na educação, quando se almeja a tão desejada qualidade, vem de forma tanto objetiva quanto subjetiva, mas para muitas olhares avaliativos estes devem ser concreto, assim, concernente a este contexto, o projeto de música só teve valor após as apresentações, com a qual fica nítido o resultado positivo do trabalho.
O êxito do trabalho, o sucesso e o reconhecimento profissional é algo inarrável para quem o alcança, mas mesmo assim nunca deixará de existir obstáculos, o que é bom para o profissional não se estagnar em sua zona de conforto, mas o que chama atenção é a perseverança desta mulher em lutar por algo que realmente acredita, mesmo que alguém ou algum grupo queiram te derrubar, e é nesta perspectiva que deveras se deve pensar e fazer educação.
Acreditar, lutar e ter ações que perpassem pelos trilhos de seus ideais é o que pode nos fortalecer diante de qualquer tribulação, na vida deve-se ter a coragem de encará-la com as armas que estiver em mãos. É assim que se faz o forte frente a qualquer batalha, a fim de ganhar a guerra.